Geografia Alagoas

Os Pontos Extremos de Alagoas

Alagoas tem limites com os seguintes Estados: Pernambuco, ao Norte; Sergipe, ao Sul; Bahia, ao Oeste; Oceano Atlântico, a Leste.

Pontos extremos: São os pontos mais distantes, ou seja, os que ficam mais ao norte, ao sul, a leste e a oeste de um país, estado ou município. Os pontos extremos são:

— ao norte: a curva do rio Jacuípe.

— ao sul: o pontal de Piaçabuçu, na foz do rio São Francisco.

— a leste: a ponta da margem direita do riacho Persinunda.

— a oeste: o encontro do rio Moxotó com o rio São Francisco.

As Regiões de Alagoas

Dentro do Estado de Alagoas, existem áreas com características diferentes nos aspectos físico, econômico, social e cultural.

Em função das semelhanças e diferenças, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) dividiu o território do nosso estado em três partes chamadas mesorregiões: Sertão Alagoano, Agreste Alagoano e Leste Alagoano. Essas três mesorregiões englobam outras onze regiões menores chamadas microrregiões.

A microrregião é uma área formada por município que apresentam semelhanças no tipo de solo, clima, vegetação, rios e recursos econômicos.

Cada microrregião possui uma cidade mais desenvolvida, chamada cidade - pólo. Os habitantes das cidades menores procuram as cidades-pólo para fazer suas compras e resolver negócios.

Mesorregiões do Sertão Alagoano

Essa mesorregião agrupa quatro microrregiões. Sua principal cidade é Santana do Ipanema, depois Batalha, Mata Grande e Delmiro Gouveia.

No sertão alagoano, as chuvas são escassas e mal distribuídas. A atividade econômica mais importante é a pecuária, principalmente a criação de gado para a produção de leite. Os principais municípios produtores são: Major Isidoro, Jacaré dos Homens e Batalha.

Mesorregião do Leste Alagoano ou Zona da Mata

É a maior e a mais populosa mesorregião de Alagoas. Nessa mesorregião encontra-se a cidade de Maceió, capital do Estado. O clima é quente e chuvoso, os solos são férteis e a agricultura é bem desenvolvida, sendo os principais produtos a cana-de-açúcar, o feijão, o milho, a mandioca e as frutas variadas. Nas terras alagadas do rio São Francisco, desenvolve-se a cultura do arroz. A pesca é praticada na região das lagoas. A indústria é bem variada. Industrializam-se o maracujá, o caju e o abacaxi, transformando-os em sucos que são exportados para outros estados. Muitas usinas produzem açúcar e álcool, além de açucareira, há indústrias minerais e têxteis.

Nessa mesorregião estão implantados a Salgema Indústrias Químicas S.A. e o Pólo Cloroquímico. Em Satuba, município próximo à capital, está instalada a indústria de cerâmica. Em São Miguel dos Campos, encontram-se a Companhia de Cimento Atol e a fábrica de tecidos Vera Cruz. Do subsolo da cidade de Pilar, extrai-se gás natural e petróleo.

Mesorregião do Agreste Alagoano

A região é marcada pelo predomínio da pequena e média propriedade e da policultura.

É uma região de transição, a segunda mais populosa. Destaca-se a cidade de Arapiraca, onde a produção de fumo e milho tem bastante destaque na economia, e Palmeira dos Índios onde a fruticultura se desenvolve graças à fertilidade do solo e a umidade do clima.

A pecuária leiteira se desenvolve na região marcando a presença da “Bacia Leiteira Alagoana”.

O clima de transição marca a região, com chuvas de inverno e verões muito secos.

 

RELEVO

O relevo alagoano sofreu ao longo do tempo variações de suas interpretações, algumas foram feitas com base em estudos de campo (visita as áreas retratadas), outra com base em instrumentos modernos (fotografia, imagem de satélite).

Considerado nos traços gerais, este relevo tem aspectos particulares no conjunto de suas formas variadas, podendo ser dividido em: planalto, planície (baixada litorânea e tabuleiros costeiros) e depressões (nelas ocorrem formações mamelonares).

O Litoral (Planície Litorânea) é formado por uma extensa baixada. A paisagem apresenta dunas e mangues na foz dos rios e riachos. Nessa faixa de terra encontram-se também as lagoas costeiras.

A região dos Tabuleiros é muito ondulada, pouco elevada, e se estende para o interior. A cidade de Maceió encontra-se na base desses tabuleiros.

Enquanto a região litorânea é cortada por pequenos rios que deságuam no mar ou no rio São Francisco, o interior do estado apresenta áreas mais elevadas, onde se destaca o planalto do Borborema, que se estende do Agreste até o Sertão.

A divisão mais atual é com base na divisão de Jurandir. L. S. Ross, feita para o Brasil. Essa divisão transforma boa parte do planalto em depressões e a região banhada pelo São Francisco é classificada como terras baixas Sanfranciscana.

FORMAS LITORÂNEAS

RESTINGA

Faixa arenosa paralela a linha de costa, resultante da ação construtiva e destrutiva dos processos marinhos

Geosistema de grande potencial turistíco, sofrendo ação antrópica pelas concentrações humanas  sedentárias ou não. 

FALÉSIA

Encostas voltadas para o mar e separadas deste por depósitos quaternários conseqüentes dos últimos períodos glaciais

Área para retirada de material para construção civil e de ocupação humana indevida

HIDROGRAFIA

Hidrografia - É o estudo dos rios , lagos e lagoas de uma região.

As terras banhadas por um rio e seus afluentes formam o que chamamos de bacia fluvial ou bacia hidrográfica.

A bacia do São Francisco - é formada por rios que atravessam a região sertaneja; são rios temporários, que desaparecem no período das secas. Os principais rios temporários desta bacia são o Moxotó, o Ipanema, o Capiá, o Boacica, o Traipu e o Marituba.

A bacia do Atlântico - é formada por rios que deságua no oceano Atlântico, atravessando as regiões úmidas da mata e do litoral. Por isso são todos rios permanentes ou perenes.

 Rios permanentes - são aqueles que correm o ano todo. Como exemplo citamos o rio São Miguel, o Coruripe, o Paraíba do Meio, o Camaragibe, o Manguaba e o Mundaú.

VEGETAÇÃO

­Mata Atlântica

Vegetação primitiva da região da Zona da Mata alagoana, porém quase toda devastada, onde cedeu espaço para as áreas urbanas e principalmente para a monocultura da cana-de-açúcar.

Se caracteriza por ser uma mata fechada, densa, heterogênea quanto ao número de espécies.

­CAATINGA

Vegetação que se encontra na região do Sertão alagoano.

Se caracteriza por ser uma vegetação aberta com árvores de pequeno e médio porte, e arbustos, folhas pequenas e algumas espécies que trocaram as folhas por espinhos (Cactáceas) na tentativa de diminuir ao máximo a perda da umidade.

­MANGUES

Vegetação típica da costa litorânea.

Se caracteriza por apresentar raízes flutuantes,aparecem em áreas de confluência flúvio-marinha, vivem em solo temporariamente alagado de acordo com a maré.

Em Alagoas encontramos 3 tipos de mangues: Vermelho, Banco e Preto.

CLIMA

­Tropical quente e úmido ou tropical litorâneo

–Clima localizado na zona da mata, influenciado pelo oceano.

–Temperaturas elevadas.

–Chuva abundantes no inverno, pluviosidade entre 1.500 a 2.000 mm/ano.

­Tropical semi-árido

–Clima localizado no sertão alagoano.

–Temperaturas elevadas.

–Chuvas escassas e mal distribuídas, pluviosidade entre 250 a 500 mm/ano.

ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS

POPULAÇÃO

O Estado de Alagoas, segundo dados do IBGE 2010, possui uma população de

3.120.494 habitante.

A densidade demográfica é a maior do Nordeste 112,3 hab/km² e a terceira do Brasil, perdendo apenas para Rio de Janeiro e São Paulo.

A mesorregião da Zona da Mata tem a maior população e a segunda é o agreste e a terceira o sertão.

As pessoas na faixa etária de 0 a 14 anos representam 40,3% do total da população; os habitantes na faixa etária de 15 a 59 anos respondem por 53,3% do total e aqueles de 60 anos ou mais representam apenas 6,4% da população. Um total de 58,3% da população vive nas zonas urbanas, enquanto 41,7% encontram-se na zona rural. A população de mulheres corresponde a 51,2% do total de habitantes e os homens somam 48,8%.

As cidades que apresentam maior número de habitantes são: Maceió, Arapiraca, Palmeira dos Índios, União dos Palmares, Penedo e Rio Largo.

Em razão da má distribuição da renda, ou seja, da concentração de riquezas nas mãos de poucas pessoas, a grande maioria da nossa população vive em estado de pobreza.

Com uma área de 27.933,1 km² correspondente a 1.79% da área do Nordeste e 0,32% da área do Brasil; Alagoas possui uma densidade demográfica de 109,9 hab/km², a terceira maior do Brasil e a maior do Nordeste.

Os maiores problemas da população alagoana estão ligados à pobreza e má distribuição de renda. Temos um Estado relativamente rico com uma população extremamente pobre.

Alagoas apresenta o menor IDH do Brasil: 0,677, equivalente ao IDH do Gabão, 119º do mundo. As cidades do Litoral e o centro do estado apresentam IDH médio, que varia de 0,551 a 0,750. Enquanto as cidades do oeste, mais conhecido como "sertão", apresentam IDH baixo, que varia de 0,460 a 0,560

DISTRIBUIÇÃO DA RENDA

A raiz dessa pobreza está na concentração de renda, terras e poder numa oligarquia que domina os meios oficiais há quase 300 anos.

  

Como resultado desse processo o Estado apresenta um índice de analfabetismo funcional que supera os 50% da população, sendo o maior índice do Brasil.

Aspecto importante da qualidade de vida da população alagoana é o índice de mortalidade infantil 66 por mil, também o maior do Brasil.

As principais causas são: falta de saneamento básico, desnutrição, desidratação, verminose e condições insalubres de trabalho (o mesmo trabalho infantil que foi defendido pelas elites como fator de diminuição da criminalidade).

Este tipo de visão vem apenas reforçar a idéia dominante de manter o povo ignorante para ser usado como massa de manobra.

Os dados populacionais de Alagoas ainda demonstram a mais baixa expectativa de vida do Nordeste, que pode ser explicada também pelo grau de escolaridade e pela renda.

A renda é sem dúvida fator importante na determinação da pobreza alagoana, 39,7% da PEA (População Economicamente Ativa) ganha menos de 1 salário mínimo. Além disso, o índice de desemprego é o maior do Nordeste.

 Considerando-se que as oportunidades de emprego são muito raras, o trabalhador, ao ficar nessa condição, procura se ocupar fazendo bico e nessa condição, o IBGE não o considera desempregado.

 Nesse sentido, a taxa de desemprego real é muito superior se comparado com os dados do IBGE. Por outro lado, essa taxa de desemprego também não é muito alta porque as pessoas, principalmente as mulheres, ao ficar desempregadas e em não encontrar um novo emprego, passam a se refugiar no seio da família na forma de inativo e, portanto, não são mais alcançadas pelos institutos de pesquisas.

De toda população ocupada que em 1995, era de 971 mil pessoas, 69,1% desses trabalhadores viviam na informalidade, ou seja, não possuíam uma ocupação regular, tinham um fluxo de renda muito baixo e bastante variável. No meio rural, essa informalidade chega a atingir 70,5% das pessoas ocupadas.